Evento realizado em 1º de outubro reuniu mais de 150 participantes; profissionais e especialistas debateram os impactos das decisões do STF, avanços da medicina personalizada e estratégias de sustentabilidade para as autogestões
O 2º Fórum UNIDAS-PA — Caminhos para a Sustentabilidade da Saúde Suplementar, realizado em 1º de outubro, em Belém, consolidou o encontro paraense como espaço de debate sobre os rumos da saúde suplementar. Conduzido por Almira Leal, superintendente da UNIDAS-PA, o evento contou com a presença de Cleudes Freitas, diretor de comunicação, que representou a diretoria executiva da entidade. Ao todo, 136 pessoas participaram no auditório e 15 acompanharam on-line.

A abertura teve execução do Hino Nacional pelo coral Fazend’Art (ASFEPA), seguida de apresentação com repertório regional. Na sequência, Almira Leal destacou o papel da seção paraense e a importância da troca de experiências sobre o futuro do setor.
Também participaram do evento Helena Paz (diretora de comunicação da UNIDAS-PA) e Jonata Bacury, diretor de integração da UNIDAS-PA..
STF e judicialização no centro do debate

O eixo jurídico trouxe José Luiz Toro, consultor jurídico da UNIDAS, com moderação de Cleudes Freitas, para refletir sobre a judicialização da saúde após a decisão do STF na ADI 7265. “Vivemos um momento muito importante para as autogestões. A decisão do STF na ADI 7265 trouxe impactos relevantes, especialmente diante da judicialização da saúde. Temos discutido a complexidade das novas tecnologias, o rol e o extra rol da ANS, além da RN 623. São temas que exigem atenção constante, já que o rol da ANS é dinâmico e influencia diretamente a nossa atuação”, afirmou Toro.
Longevidade e medicina de precisão
Em “Longevidade e testes genéticos: desafios no século XXI”, Bruno Siqueira, diretor de relacionamento com o mercado do Grupo Sabin, destacou o papel da medicina de precisão e da atenção primária. “O aumento da expectativa de vida nos desafia a pensar não só em viver mais, mas em viver melhor. Isso envolve investir em prevenção personalizada, avançar com a medicina de precisão e criar programas voltados à população de alto risco, alinhados à atenção primária. Ferramentas como inteligência artificial para estratificação de risco, educação de médicos, gestores e pacientes, além de modelos de pagamento por valor, são caminhos essenciais para garantir sustentabilidade e qualidade de vida”, destacou.
Estratégias jurídicas para autogestões
Em “Vantagens e estratégias jurídicas das autogestões públicas e privadas”, Hannah Maradei, com mediação de Helena Paz, apontou caminhos para lidar com custos crescentes e regulação intensa. Para a advogada, “a saúde suplementar enfrenta custos crescentes e forte regulação. Para as autogestões, o caminho passa por estratégias jurídicas mais flexíveis e pela escuta ativa, essencial em momentos sensíveis.”, concluiu.
TEA: prevenção de litígios e foco no beneficiário
No bloco sobre regulação assistencial, Luiz Fernando Picorelli apresentou “Aspectos jurídicos do TEA na saúde suplementar”, discutindo a legislação sobre o tema. Ele ressaltou que “a lei do transtorno do espectro autista trouxe importantes desafios para a saúde suplementar. Mais do que reagir à judicialização, é preciso adotar medidas preventivas, como a exigência de relatórios periódicos, a utilização de prova técnica prevista no CPC e uma relação mais próxima com o beneficiário, sempre buscando equilíbrio entre cobertura e sustentabilidade.”
DRG na prática hospitalar
A experiência de gestão foi detalhada por Ivo Coutinho, diretor-geral, e Amira Banna, gerente comercial do Hospital Adventista de Belém, que relataram a implantação do DRG em hospital de grande porte, com padronização assistencial, ganhos de eficiência e impacto em desfechos.
APS: do reativo ao proativo
“Do cuidado reativo ao cuidado proativo: o papel estratégico da APS na saúde suplementar” reuniu evidências apresentadas por Rodrigo Aragão, gerente de rede de atenção integral à saúde da CASSI, com mediação de Victor Arruda, médico auditor da CASF. “Migrar do cuidado reativo para o proativo é essencial. A atenção primária fortalece a prevenção, melhora os resultados em saúde e reduz custos, garantindo mais qualidade de vida aos beneficiários”, disse Aragão.

A mesa “Os pilares de sustentação do mercado de saúde suplementar” reuniu Cleudes Freitas, Uender Xavier (ANS), André Machado (Maida Health, ecossistema MV), Diogo Dias (Hospital Porto Dias) e Leonaldo Silva (EMS), sob moderação de Elisabeth Silva, presidente da CASF. Em comum, a defesa de regulação estável, incorporação tecnológica com critérios, adoção de modelos de pagamento por valor e coordenação do cuidado.
A programação incluiu momentos de descontração, com apresentação de comediante e sorteios. Ao final, Almira Leal reforçou a importância da integração entre gestores, especialistas e prestadores de serviço para enfrentar os desafios da saúde suplementar, com foco na sustentabilidade do setor e na melhoria da qualidade de vida dos beneficiários.
A UNIDAS-PA agradece a todos os participantes e parceiros!



